segunda-feira, abril 10, 2006

A AGULHA

A AGULHA

Houve um tempo em que mandava
Nas cartas que me escrevia,
Uma linha em companhia
Da agulha com que bordava!

Com minhas mãos a enfiava;
Enfiada, então, partia...
Á obra que ella fazia,
assim, de longe, ajudava!

Pobre agulha! Nas mãos d'Ella,
Fazia a renda mais bella,
De maior habilidade!

E a caminho, cheia de ancia,
Sobre o setim da distancia
Bordava a nossa saudade!

(Do poema «Mulher de Bençam»)

António Alves Martins (Viseu, 1894-1929)

Transcrição tal qual o original

2 Comments:

Blogger Poesia Portuguesa said...

Tiveste o condão de me recordar Alves Martins, Manuel.
Há muito que o não lia.
Tive um Tio que era de Viseu e grande fã dele. Tenho um livro de poemas, algures numa prateleira, que me foi oferecido por esse Tio...

Grata pela partilha.

Um abraço e boa semana :)

12:47 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

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12:59 da manhã  

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