quarta-feira, junho 07, 2006

O NÃO TER TEMPO


O NÃO TER TEMPO

Deus me pede do tempo estreita conta!
É preciso dar conta a Deus do tempo;
mas, quem gastou, sem conta, tanto tempo,
Como dará sem tempo tanta conta?

Para fazer a tempo a minha conta,
dado me foi, por conta, muito tempo:
mas não cuidei na conta e foi-se o tempo...
Eis-me agora sem tempo, eis-me sem conta!

Ó vós que tendes tempo sem ter conta,
não o gasteis sem conta em passatempo:
cuidai, enquanto é tempo, em terdes conta.

Pois, se quem isto conta do seu tempo
houvesse feito a tempo apreço e conta,
não chorava sem conta o não ter tempo.

Anónimo

7 Comments:

Blogger Mayte said...

Un placer pasarse por aquí....y disfrutar de la poesía que nos regalas!!

Mil beijos ;)

12:50 da manhã  
Blogger Ana said...

Uma forma de jogar com as palavras que faz pensar.
É bom ter tempo para vir aqui.
Um beijo.

1:46 da manhã  
Blogger Sara MM said...

eh!eh!eh!
coisa séria... mas ficou bem bem divertido ! eh!eh!

AH pois!!! Ponham-se a pau- senão nem tempo nem conta :o)

Bjss

9:59 da manhã  
Blogger Miguel said...

O tempo ...!!??

"Perguntei ao tempo, quanto tempo, o tempo tem?
O tempo respondeu, o tempo tem tanto tempo quanto o tempo tem!"

Um abraço,

Bjks da Matilde

11:02 da manhã  
Blogger Lagoa_Azul said...

"...Por diversas vezes deixamos passar o Tempo, porque não temos Tempo para dedicar algum Tempo aos amigos de quem gostamos...
Depois de um dia para o outro o Tempo leva-nos a aí é tarde demais para trazer o Tempo de volta!
Mas hoja fiz parar o Tempo para dizer com Tempo aos que quero muito, o quanto os adoro..
Obrigado pelo Tempo de hoje!
E que amanhã tenhamos Tempo para dizer que os bons amigos nunca se esquecem...
Desejo-te todo o Tempo do mundo..."

Desconheço o autor,

Mas os beijos com carinho , esses são enviados por mim...

8:33 da tarde  
Blogger Pete said...

Eu tenho sempre tempo e tenho a noção de que devo aproveitá-lo ao máximo pois o Carnaval são três dias, a vida são dois dias e um já passou (penso que é assim).

Um Abraço e bom fim-de-semana,

Pedro Gonçalves.

3:08 da tarde  
Blogger Poesia Portuguesa said...

Um soneto d época barroca e que estudei em tempos, alguns atribuem-no ao Padre António Vieira, mas efectivamente foi escrito, no século XVII, por Frei Castelo Branco.

Já agora deixo um excerto do P.e António Vieira

"…sou homem do tempo; com ele vivo, com ele morro,
com ele adoeço, com ele saro..."

Um abrço e bom domingo ;)

11:14 da manhã  

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