quarta-feira, agosto 16, 2006

QUANDO FORES VELHA


Já velha de cabelos brancos e com muito sono,
A cabacear junto à lareira, pega neste livro,
E lê-o devagar e sonha com o doce olhar
E as sombras profundas que os teus olhos tiveram;

Quantos amaram os teus momentos de graciosa alegria,
E amaram a tua beleza, com amor falso ou verdadeiro,
Mas apenas um homem amou a alma peregrina que há em ti
E o sofrimento que o teu rosto em mudança revelava;

E inclinada sobre as barras incandescentes
Murmura, um pouco triste, que o Amor fugiu
E lentamente se afastou para lá das montanhas
E escondeu o seu rosto por entre miríades de estrelas.


William Butler Yeats
Poeta, dramaturgo e prosador irlandês
Prémio Nobel da Literatura -1923
1865-1939

4 Comments:

Blogger Catarina said...

Quando for velha, tudo o que é superficial foge, mas hà-de restar o que guardamos de verdadeiro, o que guardamos dentro de nos

Por isso é importante que saibamos ver para là da beleza, para là do superficial, porque quando formos velhos isso deixara de ter importancia :):)

Um abraço e bom fim de semana

5:33 da tarde  
Blogger Paulo said...

Passei e... gostei do blog.
Vou voltar quando passar menos apressado....
Paulo

5:49 da tarde  
Blogger Mayte said...

Mas apenas um homem amou a alma peregrina que há em ti...

Me encanta...esta parte me encanto.

Mil beijinos.:D

2:12 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

eu já sou velha e com muitos cabelos brancos. só que os pinto.

2:40 da manhã  

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