sexta-feira, outubro 06, 2006

LÁGRIMAS


Ela chorava muito e muito, aos cantos,
Frenética, com gestos desabridos ;
Nos cabelos, em ânsias desprendidos,
Brilhavam como pérolas os prantos.

Ele, o amante, sereno como os santos,
Deitado no sofá, pés aquecidos,
Ao sentir-lhe os soluços consumidos,
Sorria-se cantando alegres cantos.

E dizia-lhe então, de olhos enxutos :
__ «Tu pareces nascida de rajada,
«Tens despeitos raivosos, resolutos ;

«Chora, chora, mulher arrenegada ;
«Lacrimeja por esses aquedufos . . .
«Quero um banho tomar de água salgada».


Lisboa, 1874

Cesário Verde
N. 25-02-1855__F.19-07-1886

33 Comments:

Blogger Leticia Gabian said...

O desespero de quem se deixa consumir pelo amor cafajeste.

X

A sádica tranquilidade de quem se sente amado acima de todas as coisas.

E um grande beijo pra ti.

6:16 da tarde  
Blogger Lágrima del Guadiana said...

El calor de las sonrisas (las de él) debería templar sus lágrimas (las de ella) hasta evaporarlas y confundirlas con las nubes.

Beijos

8:47 da tarde  
Blogger veritas said...

Olá!

Às vezes as relações sentimentais têm desses momentos...será o princípio do fim?
Bom fim-de -semana.

Bjs.

9:14 da tarde  
Blogger Luna said...

Nem sempre se encontra i equilibrio no amor
beijos

9:50 da tarde  
Blogger delusions said...

Não conhecia esse poema do Cesário Verde. Mas gostei muito mesmo...

beijos* e bom fim-de-semana

11:29 da tarde  
Blogger Boop said...

Há muito não passava por aqui!
Vim fazer uma visita!

Os jogos amorosos são coisa estranha (mas só são estranhos para quem está de fora!)

2:02 da manhã  
Blogger Kalinka said...

Hoje estou super mega Feliz, é o aniversário da minha Princesa.
Bom domingo.
Abraços.

2:50 da manhã  
Blogger Heloisa said...

"Brilhavam como pérolas os prantos."
************************************AH! AS PEROLAS!!!!!!AI OS PRANTOS!!!!
***********************************BELISSIMO! E... muito OBRIGADA por me recordar CESARIO VERDE* de quem gosto MUITO, MUITO... e, me traz varias MEMORIAS (AS BOAS!)!!!

deixo um Abraco!

Heloisa B.P.
**************

2:27 da tarde  
Blogger eudesaltosaltos said...

Nunca gostei mt da poesia de Cesário Verde - sp o achei secante. Mas gostei destas lágrimas... bj

2:33 da tarde  
Blogger vero said...

Um bom Domingo***
Beijos****

3:55 da tarde  
Blogger Ana said...

Cesário, sempre!

5:05 da tarde  
Blogger Joker said...

Água salgada, lágrimas da natureza que lavam a alma!

Kiss Mágico

9:00 da tarde  
Blogger V said...

'e chorava pelos cantos',
gosto dos cantos...
Beijo

12:56 da manhã  
Blogger Verena Sánchez Doering said...

Manuel
el amor saca lagrimas y sonrisas, te hace vivir emociones, situaciones y momentos
pero es un poema muy triste
te dejo un abrazo muy grande y que sea una linda semana
Besitos y cuidate


Besos y sueños

1:34 da manhã  
Blogger esse said...

Cruel este Cesário, não achas?
Beijo

10:35 da manhã  
Blogger por uma lágrima said...

É dos tais que apetece ler e...repetir.
Lindo!
Beijo

12:18 da tarde  
Blogger Velutha said...

Como sempre gostei muito do poema. Bom gosto, Manuel.
Beijinhos

2:18 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Como música,
tu bailastes em meus braços por toda noite...
Sob a lua cheia, seus beijos me embriagaram como um vinho cálido...
O barulho das gotas de chuva sobre a relva,
nos envolveu nesse êxtase, fundindo nossos corpos nesse bailar alucinante...


Embriagada de amor,
deixei-me conduzir por seus braços,
nessa dança de corpos ávidos de amor e paixão...


Cada toque que deslizavas por meu corpo,
provocavas frêmitos de delírios e paixão...
Quero bailar novamente contigo,
essa dança de amor a cada noite,
até me viciar de seu néctar luxuriante,
que me trouxe de volta a vida e o amor!!!

Um sorriso...um beijo....um abraço e uma boa semana :o) by pequenita

3:03 da tarde  
Blogger Dafne said...

Olá Manuel
Passei por aqui para desejar um boa semana de trabalho...
Já agora, gostei muito deste poema de Cesário Verde, autor pouco explorado.
Um xi grande..

3:04 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Por vezes as lágrimas deixam de comover...
Por vezes as lágrimas nunca comoveram...

Não sei... As lágrimas podem ser armas... para os corações sensíveis. Para os insensíveis, meros caprichos.

Beijinhos.

7:32 da tarde  
Blogger BETTINA PERRONI said...

Manuel, bellas palabras. La verdad es que la sociedad poeta debería darte un premio por ser una guía para mostrar todo este talento.

Gracias una vez más... Besitosss

8:07 da tarde  
Blogger fgiucich said...

El llanto de la mujer renegada, merece un baño de agua sagrada. Abrazos.

8:57 da tarde  
Blogger Meia Lua said...

Pontos de vista....
:)

10:29 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Muitas vezes é assim, as lágrimas ficam sem ser percebidas por distração ou quem sabe pelo outro não dar importância. Seria triste isso.
Um beijo querido Manuel

10:57 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Não sou uma grande apreciadora de Cesário mas reconheço o valor da sua escrita.
Deixo um abraço.

3:40 da manhã  
Blogger Carla said...

Um poema muito bonito de Cesário Verde.
Beijinhos e uma boa semana.

8:21 da manhã  
Blogger Vida said...

Gosto de Cesário Verde, este descreve bem o amor.

Beijinhos.

1:18 da tarde  
Blogger Licínia Quitério said...

Há quanto tempo não lia este poema. O Cesário eterno...
Beijo.

3:11 da tarde  
Blogger Fran Rebelatto said...

Ai, ai, triste fiquei com tais palavras...acho que em identifiquei, alguém me disse, que não temos que ler os poemas, mas sim nos ler nos poemas...

Acho que vou ter que refletir e chorar menos..beijos...

4:24 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Essa mocinha devia vir de "chora que logo bebes" :):)

Um abraço,

9:19 da tarde  
Blogger Fúria das Águas said...

Oi menino Manuel vim te desejar uma linda semana.
Um beijo e fica bem
temp_nua

9:21 da tarde  
Blogger Moonflower said...

Bom gosto poetico!
obrigada pela visita e pala marca..
espero rever te

beijo

11:37 da tarde  
Blogger Ash said...

Gosto muito de Cesário, há algo na sua poesia que encanta.

Beijinhos

10:13 da tarde  

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