domingo, outubro 22, 2006

O ENJEITADO


Ha anos que eu, errante, te procuro,
e talvez já tenha estado ao pé de ti.
Mas o mundo, para mim, é tão escuro,
que até hoje, minha mãe, eu não te vi.

Não sei se ainda és viva ou já morreste,
e se por mim a alguém já perguntaste.
Nem sei se de todo me esqueceste,
e o motivo por que foi que m'enjeitaste.

Com todas as mulheres te confundo,
e não descubro, entre tantas neste mundo,
nem uma que se pareça contigo.

E a esp'rança de sentir teu doce beijo,
vai morrendo junto ao meu grande desejo,
que era ver-te o que afinal não consigo!

António José Brás

20 Comments:

Blogger Poemas e Cotidiano said...

Que lindo e romantico, Manuel!
Amei!
Beijos
MARY

1:46 da tarde  
Blogger Rosmaninho said...

Manuel

Há muitos anos ouvia-se falar dos enjeitados e até conheço um.
Diziam que eram mulheres "da vida" que o faziam...
As razões que levam as mulheres a abandonar os filhos só elas as saberão...

O "Enjeitado" de António José Brás reproduz fielmente o que sentem os filhos.

Infelizmente, existem inúmeras formas de ser enjeitado...

~*Um beijo*~

4:36 da tarde  
Blogger António Caeiro said...

bom resto de domingo... com chuva

5:58 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Este poema de António José Brás é muito forte!
Deve doer muito não saber quem é a nossa mãe... Mas a vida às vezes leva a que as pessoas tenham de tomar determinadas decisões...

Não sei muito bem o que dizer...

Beijinhos.

8:36 da tarde  
Blogger Moonflower said...

pff..
poema mais que forte!
as palavars encaixam perfeitamente, a emnsagem e trnasmitida de forma objectiva!

gostei!

tens bom gosto

beijo

9:30 da tarde  
Blogger esse said...

Ser rejeitado pela sociedade dói, mas, aos poucos, habituamo-nos; ser rejeitado por aquela que nos gerou dói e nunca nos conformamos.
As perguntas atormentam-nos diariamente, procurando ora desculpar, ora acusar, ora compreender...por isso, a procura é eterna.
Se um dia a encontrarmos, será que chegaremos a desculpar-lhe o todo perdido em nós?...

Beijinho

9:33 da tarde  
Blogger Andrea González-Villablanca said...

MUCHISIMAS GRACIAS POR TU VISITA EN MI BLOG...
CARIÑOS
ANDREA

10:16 da tarde  
Blogger fgiucich said...

El terrible abandono fielmente reflejado en estos versos. Abrazos.

10:57 da tarde  
Blogger Carla said...

Ser rejeitado não é fácil e este poema retrata-o bem.
Beijinhos e uma boa semana.

9:31 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

O pior dos males de amor é o mal de amor causado pela rejeiçao dos pais.
é uma ferida aberta, uma incompreensão sem fim.
Um poema muito triste!!!

Um abraço,

2:11 da tarde  
Blogger Leticia Gabian said...

Que triste poema, Manuel!
Nem sei mais o que dizer,
então deixo um beijinho pra ti.

3:46 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Sonhei comigo
esta noite
Vi-me ao comprido
Deitada
Tinha estrelas
nos cabelos
em meus olhos
madrugadas
Sonhei comigo
esta noite
como queria
ser sonhada
Senti o calor da mão
percorrendo uma guitarra
De longe vinha um gemido
uma voz desabalada
Havia um campo
de trigo
um sol forte
me abrasava.
E acordei
meio sonhando
procurando
me encontrar
Quando me vi
ao espelho
era teu
o meu olhar.

Boa Semana....kisssesss by pequenita

5:16 da tarde  
Blogger @Intimä said...

Lindo llenarse de poesía a estas horas de la tarde.
Besitos
Gracias por tu visita ;-)

5:29 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Uma procura sem fim.
Lindo e triste o poema, me deu um aperto no peito agora.
Um beijo e fica bem
Temp_nua

6:44 da tarde  
Blogger delusions said...

que soneto tão interessante...essa realidade deve ser muito dura, mas acho que o poema a transmite de uma forma muito real...

bjs*gostei muito...

10:46 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Nada deve ser mais penoso que não sentir o amor de mãe. Beijinhos

9:26 da tarde  
Blogger Vinilos Ink said...

muy lindo poema! no cnocía al autor.
Saludos y que tengas un buen fin de semana!!

11:13 da tarde  
Blogger david santos said...

Bom soneto, António Jósé Brás, parabéns.
Ate sempre: david santos "SÓ VERDADES"

1:23 da manhã  
Blogger Unknown said...

este poema é do meu pai e tenho curiosidade como foi parar ao seu poder. O senhor esteve no LOUSAL?

11:49 da tarde  
Anonymous Luisa Brás said...

O autor deste soneto é meu pai.
Nascido a 03-02-1918, faleceu a 14-07-1993.
Foi filho legítimo de um casamento desfeito quando tinha apenas 3 anos e a mãe, de quem não tinha memórias, faleceu 3 anos mais tarde.
A mágoa que sempre lhe conheci encontra-se plasmada neste soneto, que foi publicado num pequeno livro distribuído apenas a amigos pelo que não posso deixar de expressar algum espanto de o ver transcrito neste blog.
Mas sinto-me honrada e agradeço a todos, em meu nome e da minha família, as vossas manifestações de ternura e solidariedade.
ELE ERA MESMO ASSIM!!

1:43 da manhã  

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