quarta-feira, junho 27, 2007

RENÚNCIA

Se necessário for que alguém padeça
e chore para que eu seja feliz,
por mais que o queira ser e que o mereça
prefiro continuar sendo infeliz.

Dizendo ao coração que cale e esqueça,
além do meu dever, nada mais fiz;
pelo menos que esta vida me ofereça,
o sofrimento alheio eu jamais quis.

Ventura, construída sobre a ruína
de outra que se desfez, traz, em surdina,
a amargura do pranto que causou;

dói menos renunciar a uma ventura,
que consegui-la e ver na desventura
de alguém, o preço enorme que custou.

Colombina

terça-feira, junho 26, 2007

DESEO .



Deseo hacer el amor contigo
en una noche de luna llena
Donde nuestras almas se encuentren
y nuestros cuerpos se deleiten
.
Deseo hacer el amor contigo
en una noche clara bajo el cielo
resplandeciente de estrellas
Donde nuestros cuerpos jueguen al amor
y nuestras almas se regocijen
.
Deseo hacer el amor contigo
en una tarde de primavera
Donde nuestros cuerpos se entreguen
sin pudor ni reservas
.
Deseo hacer el amor contigo
y acariciar tu piel
centímetro a centímetro
Impregnar con tu sudor mi cuerpo
y quedar exhausta,
para después dormir tranquilamente
entre tus fuertes brazos
.
Deseo hacer el amor contigo
en una colina verde,
donde tengamos por testigo
los pájaros y las flores
.
Los pájaros nos darán la música
y las flores el perfume,
para con el impregnar
tu cuerpo desnudo y sensual.
.
Martha Humphrey

quarta-feira, junho 20, 2007

TODA UNA VIDA

Toda una vida,
Me estaría contigo,
No me importa
en que forma,
Ni donde ni como,
pero junto a tí.
.
Toda una vida,
Te estaría mimando,
Te estaría cuidando,
Como cuido mi vida,
que la vivo por tí.
.
No me cansaria,
de decirte siempre,
pero siempre, siempre,
que eres en mi vida,
ansiedad, angustia
y desesperación.
.
Toda una vida,
Me estaría contigo,
No me importa
en que forma,
Ni dónde ni como,
pero junto a tí.
.
Toda una vida,
Me estaría contigo,
No me importa
en que forma,
Ni dónde ni como,
pero junto a tí.
.
Osvaldo Farrés
(1902-1985 )

quarta-feira, junho 13, 2007

SONETO

«Eu sou querida, diz a chuva ao vento,
Sou desejada, sou abençoada,
Quer no orvalho duma madrugada...
Quer na frescura, que traduz contento!

Dou nova vida a qualquer rebento
Quando dos montes desço na levada!
Ou quando em fios corro de enxurrada
Regando os campos com o meu sustento!

Broto em nascentes, sobre o leito liso
Enchendo as fontes e os ribeirinhos
E dando novo viço à floração!»

Responde o vento: _Também sou preciso!
Limpo os espaços, faço andar as velas
E moo o trigo donde sai o pão.

Maria Joana Couto

domingo, junho 03, 2007

REALISMO

Vejo prados falando __ a Natureza __
Os moinhos, os ventos e o luar;
Fala tudo o que a mim me faz falar,
E o que é sentido dá-nos mais certeza;

Fala o pão que se estende sobre a mesa,
O campo ameno que o faz brotar,
E o suor do operário, ao gotejar,
Mostra a melhor oração que o mundo reza;

E nesta vida, bem pensada, bem sentida,
Ou de ventura feita ou dolorida,
Sempre se deseja um bem que se perdeu,

E quanta gente existe, sem esp'rança,
Que se desespera a ver se alcança
A água que passou e não bebeu...

Florêncio Neto

sábado, junho 02, 2007

FERNANDO NAMORA

TUDO NA VIDA...

Tudo na vida está em esquecer o dia que passa.
Não importa que hoje seja qualquer coisa triste,
um cedro, areias, raízes,
ou asa de anjo
caída num paul.
O navio que passou além da barra
já não lembra a barra.
Tu o olhas nas estranhas águas que ele há-de sulcar
e nas estranhas gentes que o esperam em estranhos portos.
Hoje corre-te um rio dos olhos
e dos olhos arrancas limos e morcegos.
Ah, mas a tua vitória está em saber que não é hoje o fim
e que há certezas, firmes e belas,
que nem os olhos vesgos
podem negar.
Hoje é o dia de amanhã.

Fernando Namora

1919-1989