quinta-feira, maio 15, 2008

HORA NEGRA

Quando eu morrer, Amor, não tenhas pena.
Há-de acabar de vez esta agonia
Que sem cessar minha alma desfazia
No lento corroer duma gangrena.

Quando findar a vida que envenena
E para mim nascer o eterno dia;
Quando for como a neve branca e fria
A minha pele ardente de morena;

Quando deixar o mundo onde não vivo,
Então minha alma livre, sossegada
__Quando mais nada já houver de mim__

Será como o perfume doce e esquivo
Que se evola da flor já desfolhada
Na calma luarenta dum jardim...

Maria Helena Duarte de Almeida

11 Comments:

Blogger Graça Pires said...

Excelente soneto, a lembrar Florbela...
Um abraço.

2:16 da tarde  
Blogger lola.f said...

Será como o perfume doce e esquivo
Que se evola da flor já desfolhada
Na calma luarenta dum jardim...




Lindo, adorei obrigado pela visita no meu blog espero que volte de novo, bjs

3:13 da tarde  
Blogger Marinha de Allegue said...

Fermoso soneto. Moi agradecida pola visita ao meu espazo.Volta sempre que gustes.

Unha aperta.
:)

4:36 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Excelente poesía,eu gostei muito.
Visito por primeira vez. Saudos desde Espanha.
anamorgana

7:06 da manhã  
Blogger Martinha said...

Um belo poema.
Evoca a tranquilidade de um certo eu, aquando da morte do sujeito lírico. Acho que isso deveria também acontecer connosco. É sempre dura a perda de alguém querido, mas ao partir deste mundo, é um consolo termos a ideia que a sua alma está em bom sítio.

Beijinho Manuel *
Bom fim-de-semana.

10:44 da manhã  
Blogger danizitha said...

adorei o poema, obrigada pela visita vou adicionar este blog aos meus links
um beijinho

3:27 da tarde  
Blogger Menina do Rio said...

Soneto triste Manu!
Traduz a dor lasciva que corrói a alma, como se a vida fosse apenas uma agonia...

Um beijo

7:46 da tarde  
Blogger sg (Silvina Gramajo) said...

ESTIMADO MANUEL ANTE TODO GRACIAS POR VISITAR MI BLOG Y COMO DECIS VOS LA POESIA SIRVE PARA EL CORAZON Y LLEGAR A LO MAS RECONDITO DE NUESTRA ALMA. EN CUANTO AL SONETO QUE PUBLICASTE ME PARECE SENCILLAMENTE HERMOSO Cuando sea como la nieve blanca y fría Mi piel ardiente de morena; Cuando dejar el mundo donde no vivo, Entonces mi alma libre, sossegada __Cuando más nada ya haya de mí__

11:46 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Talvez essa hora não seja tão triste e nem tão negra.

3:20 da manhã  
Blogger poeta_silente said...

Meu amigo querido.
Não gostei do sentido da poesia. Não gosto de coisas tristes. E esta poesia é triste.
Fala em vida... fala em hora de alegria e felicidade.
Entrega-te à brisa da manhã... olha as flores que fotografas... são lindas, né?
Elas te embelezam e alegram a vida.
Olha... olha ao lado... à frente...
Escuta... o cantar dos pássaros...
Sente o orvalho...
Percebe teus pés no chão... olha como se movem.. e te levam ao lugar que queres...
Sê feliz!
Beijos ternos
Miriam

3:35 da manhã  
Blogger LeniB said...

E não é que este poema me fez lembrar Ricardo Reis??

8:07 da tarde  

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