quarta-feira, julho 09, 2008

ODE À MÃE-TERRA



Minha terra flor minha flor menina
Com sabor a gente a sol a campina

Recordo o azeite o trigo a que cheiras
Nas mágoas que são as mais verdadeiras

A nora a toar no viço das hortas
Canções de viver as horas já mortas

Lábios de mulher bocas de ganhão
Pensam beijos bons que sabem a pão

Saudade que vem de velhas cantigas
No eco da voz doutras raparigas

Na erva e no ar do campo sagrado
Que se entrega todo à luz do arado

A aldeia se faz de coisas perdidas
Cartas de um amor que foram esquecidas

Não te trocarei por outra isso não
Que é sempre mais teu o meu coração

Depois logo irei de novo encontrar
Um adro feliz para se beijar

E neste desejo e neste meu jeito
Desperto o amor que dorme no peito.

Augusto Barreiros

Correio do Ribatejo nº 5272 de 15 de Maio de 1992, pag. 28

21 Comments:

Blogger RENATA CORDEIRO said...

Desse eu gostei, e muito. Adoro peosia portuguesa. Já que não posso ficar sem fazer nada, senão olho no espelho e me vejo magricela, 39 quilos, por causa da quimio, resolvi fazer algo aqui. Enquanto coleto material para "Bonequinha de luxo", postei sobre o filme "Sombras de Goya" que em Portugal ficou como no original "Os Fantasmas de Goya". Apareça por aqui:
wwwrenatacordeiro.blogspot.com
não há ponto depois de www
Um beijo,

PS: Traduzi um soneto de Shakespeare e pus no post

5:12 da tarde  
Blogger BETTINA PERRONI said...

Los colores de tus flores me alegran el día, despiertan la chispa que necesito para seguir bien.

Un abrazo querido Manuel

7:18 da tarde  
Blogger Cristina said...

Magnifico homagem a mâe-terra!

10:09 da manhã  
Blogger Alice Matos said...

Bonita imagem da terra...
Um poema cheio de ritmo, com uma métrica perfeita...

Um beijo para ti...

3:19 da tarde  
Blogger © Piedade Araújo Sol (Pity) said...

bem rimado.

bonito poste.

beij

8:35 da tarde  
Blogger Vanda said...

Mãe terra fecunda e fértil que por vezes é tão esquecida!

E contudo tanto nos dá!


Um beijinho e obrigada por tantos mails com belissimas imagens!

9:58 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Gosto desta poesia tão simples e tão cativante.

10:18 da tarde  
Blogger pin gente said...

até senti o cheiro da terra... do campo
bonito, manuel

abraço
luísa

10:41 da tarde  
Blogger poeta_silente said...

Oi, meu amigo!
Olaaaaaaaaaá!
Terra... mar... chão.... horizonte...
Tantas coisas que nos fazem sentir a poesia como um quadro a ser pintado cada vez que percorremos os olhos pelas palavras....
Aqui, em teu cantinho, belas poesias.
Deus te abençoe.
beijos
Miriam

2:33 da manhã  
Blogger Carla said...

A tradição que tempo não mata...o amor que o tempo alimenta.
Bom fim de semana
beijos

11:51 da manhã  
Blogger Marta Vinhais said...

Que lindo!!!
Tão simples; tão doce....
Obrigada pela partilha...
Até já
Beijos e abraços
Marta

P.S.: Estou adoentada e por isso, a vida mais complicada

12:07 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Obrigda pela visita. A minha sombra é outra: não refrigera a canícula.

1:18 da tarde  
Blogger RENATA CORDEIRO said...

Esse sim é um poema lindo. Amigo, ontem eu estava num estado que à noite tive que ir ao médico, pois nada me parava no estômago. Anteontem estava com 39 quilos, ontem à noite, com 37. Gastei minhas últimas economias na contratação de uma enfermeira que parece um gigante, mas que me transporta no colo e cuidará da minha alimentação parental. A F@ pediu para eu fazer a resenha de "Fale com Ela".
Apareça:
wwwrenatacordeiro.blogspot.com
não há ponto depois de www
Um beijo,

3:00 da tarde  
Blogger Lúcia Laborda said...

Oie lindinho! A mãe terra sempre será adorada... Lindos versos!
Bom fim de semana! Beijos

6:55 da tarde  
Blogger Martinha said...

Uma bonita ode, que salienta um dos principais produtores de alguns bens que nos fazem falta - a terra.
Bom fim de semana Manuel *

8:07 da tarde  
Blogger mundo azul said...

É lindo o poema!!!
Beijos de luz e um ótimo final de semana...

8:12 da tarde  
Blogger Desnuda said...

Lindo poema à Mãe Terra.

Ótimo fim de semana.

Beijo

2:05 da manhã  
Blogger RENATA CORDEIRO said...

Amigo:
Fiz dois posts com obras do Carlo Rochas como desenhista e pintor. Vá prestigiá-lo:
wwwrenatacordeiro.blogspot.com
não há ponto depois de www
Um beijo da Rê
Vc não vai arrepender-se

4:40 da tarde  
Blogger Menina do Rio said...

Debulhar o trigo
Recolher cada bago do trigo
Forjar no trigo o milagre do pão
E se fartar de pão
Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Roubar da cana a doçura do mel
Se lambuzar de mel
Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, a propícia estação
E fecundar o chão
( O cio da terra - Milton Nascimento)

Um beijo pra tu Manu

7:43 da tarde  
Blogger Dalva M. Ferreira said...

Abraço d'além-mar...

5:02 da manhã  
Blogger mariam [Maria Martins] said...

não conhecia...
gostei muito destes "cheiros e sabores"

um sorriso :)

10:00 da tarde  

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