domingo, agosto 03, 2008

DESCRENTE

A chuva cai, lúgubre, tristemente,
Nos vidros já bem sujos da vidraça,
E eu deito-me mui cansado, indolente,
Pelo vício d'esta alma já tão lassa!

Já de há muito d'amor eu sou descrente!
A Alma fugiu... Resta-me inerte massa
Que se vai corrompendo lentamente,
Ficando em breve apenas a carcassa...

Oh! Morte! tu p'ra mim és deslumbrante!...
Vem, vem, como se foras uma amante,
A meus braços...__O mundo é uma ironia!...

Esperar-te-hei sempre a rir, a cantar,
Até o último lampejo se apagar,
Sorrindo-te, mesmo da campa fria!...

Alfredo Botelho

14 Comments:

Blogger São said...

A descrença é sempre desoladora.
Tenhamos esperança...e bom domingo.

12:35 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A descrença é o contrário da esperança; é preciso acreditar...
Bom domingo!

12:40 da tarde  
Blogger leonor said...

adorei o poema.
um beijinho :)

2:02 da tarde  
Blogger Martinha said...

Por vezes temos momentos em que ficamos assim, descrentes face à vida. Mas não podemos esquecer-nos da esperança, ela dá a força para continuar a caminhar para algo melhor!
:)
Bom Domingo Manuel *

2:10 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A morte pode ser vista de formas diferentes, na dor ou ausência dela.

4:24 da tarde  
Blogger © Piedade Araújo Sol (Pity) said...

uma escolha bonita de um soneto que eu não conhecia.

beij

6:24 da tarde  
Blogger Elvira Carvalho said...

Depois de uma cirurgia, estou voltando aos poucos a visitar os amigos.
Não me lembro de algum dia ter lido este poeta.
Obrigada pela partilha
Um abraço

9:13 da tarde  
Blogger Katina said...

Desolado, vacìo, incompleto , nada podemos solos ,sòlo esa flor , èse color , esas palabras que cruzan atlanticos nos remecen y nos hacen sentirnos acompañados .

Esas viñas que esperan por unas manos amorosas que las tomen y las transformen en agua para el sediento.

Precioso poema .

Mis cariños y que tengas buena semana.

4:01 da manhã  
Blogger Belisa said...

Olá

Gostei da sua visita.
Gostei do seu blog.

Beijos estrelados

2:59 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Onde descobres tantos poetas diferentes? Este é muito pessimista. A morte tem que vir um dia mas quanto mais tarde melhor...

11:32 da tarde  
Blogger Homeronica said...

Se abraza la muerte como amiga o amante; cuando ya no queda ningún otro camino posible. Un abrazo amigo. H.

5:55 da manhã  
Blogger Paula Raposo said...

O poeta é um descrente. Gostei de ler. Beijos.

12:06 da tarde  
Blogger Abril Lech said...

Oh! Morte! Vete, vete, vete! Que despois no há forma de arrepentirse... :-)

3:55 da tarde  
Blogger Alice Matos said...

A morte, realmente, é uma doce tentação...
Mas continuo a acreditar no Amor... porque o coração ainda sabe bater apressado...
Se não fosse o Amor... que abraço daria nesse destino branco e frio...

3:36 da tarde  

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