quarta-feira, maio 18, 2011

POEMA XXIX

Eis a velha cidade! a cortesã devassa,
e a velha imperatriz da inércia e da cobiça,
que da torpeza acorda e à pressa corre à missa!
Baixando o olhar incerto em frente de quem passa!

Ela estreita no seio a velha populaça,
nas vis dissoluções da lama e da preguiça,
e nunca o santo impulso, o grito da Justiça,
lhe fez estremecer a fibra inerte e lassa!

E pode receber o beijo e a bofetada
sem que sinta o rubor da cólera sagrada
acender-lhe na face as duas rosas belas!

somente dum sorrir alvar e desonesto,
às vezes, acompanha o provocante gesto
quando soa a guitarra, à noite, nas vielas!

Guilherme d'Azevedo

4 Comments:

Blogger Sonho & Sedução said...

Olá Manuel

Vim agradecer a visita no meu cantinho... creio q em breve voltarei a escrever...

Beijo com carinho

11:43 da tarde  
Blogger fgiucich said...

Bello poema!!! Abrazos.

2:15 da tarde  
Blogger MAR said...

Bello!!!
Mis cariños para ti.
mar

12:34 da manhã  
Blogger poeta_silente said...

OLá, caro amigo!
Estive por aqui.
Parabéns, pois te vejo, sempre, com uma nova poesia. Belas pesquisas.
Deus te abençoe.
Miriam

5:45 da manhã  

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