sábado, junho 11, 2011

IGNIS LATENS

Saiu obedecendo à sanha ímpia
Da fome que o prostrava, macilento,
Rosto cavado pelo sofrimento,
Um pobre... mal no céu rompera o dia.

Descera ao povoado e percorria
As ruas com olhar de desalento!...
Para a casa do pobre e do opulento
Olhava o pobrezito... e não pedia!...

Mas a fome devora-o... e ele, então,
A chorar em silêncio a sua dor,
Tremendo de a dizer... e ouvir um _ Não!

Eu também choro assim com amargor...
Ah! pois... amo-te tanto, coração!...
E receio dizer-te o meu amor!...

Manuel Lyrio

9 Comments:

Blogger Unknown said...

"Quem tem fome não tem escolha. O seu espírito não vem de onde ele gostaria, mas da fome."

Abraço

3:55 da tarde  
Blogger Isamar said...

Parece-me que este vai ser cada vez mais o retrato de um quotidiano que eu esperava livre e digno.
Que Revolta!

Bem-hajas!

Beijinhos

9:57 da manhã  
Blogger Elvira Carvalho said...

Um retrato de grande parte dos portugueses na actualidade.
Um abraço e uma boa semana

10:13 da tarde  
Blogger Benó said...

O Jardim agradece a visita e a opinião sobre as fotos.
A Isamar e a Elvira já disseram o que eu também diria sobre o poema. É uma realidade que, embora em poema, ela, realidade, não é nada poética.
Gostei de aqui vir.

8:18 da tarde  
Blogger Parapeito said...

...tão terrivel a fome do pão como a fome do amor...
brisas mansas*

10:22 da tarde  
Blogger Ju said...

puxa, que lindo. como falar de tristeza com beleza! toca o coração!
bjs
:)

3:18 da manhã  
Blogger Blogadinha said...

Antes viver na fome do que morrer na incerteza.

Abraço!

4:52 da tarde  
Blogger vieira calado said...

Olá, boa tarde!

Obrigado pelo seu comentário, no meu blog.

Saudações poéticas

6:07 da tarde  
Blogger Vênus said...

Belíssimo

5:12 da tarde  

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