sábado, setembro 07, 2013

Sobre uma litografia de OCTAVIO ARAUJO

Rochedo e pássaro: a mesma sombra parda.
O triângulo santíssimo no centro.
Um unicórnio virtual de guarda
e o fogo da Vida a queimar dentro.

Não fogo do Saber, fósforo breve
no caos, mas o magma primordial
com que o Ser a si mesmo se concebe
nas trevas aquém do Bem e do Mal.

Eva em cadeias, como a Lei ordena.
Cansado de ser deus, boceja-lhe o Ser
no ventre. Quer luz. Está pronta a cena
para, mais uma vez, Prometeu nascer.

José Paulo Paes

1 Comments:

Blogger Maria José Rezende de Lacerda said...

Olá. Vim retribuir sua visita ao Arca. Você tem aqui um lindo espaço com poemas de alta qualidade. Parabéns pelo blog. Grande abraço.

12:56 da tarde  

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